Suplementação em sistemas a pasto. Por onde começar?

Resumo

A suplementação de bovinos a pasto é uma das ferramentas mais potentes que o pecuarista de corte pode utilizar em sua operação, mas para isso precisa de muita estratégia e boas tomadas de decisões, pois há uma linha tênue entre ter lucro ou prejuízo com o seu uso. 

Para te ajudar obter o sucesso na escolha das estratégias de suplementação, nós vamos discutir nesse artigo vários pontos relacionados ao conhecimento dos suplementos, pastagens e do animal para que você possa ter uma avaliação criteriosa sobre seu sistema de produção e suas oportunidades, o que permitirá que cada tomada de decisão seja a mais assertiva possível, garantindo assim sustentabilidade da atividade a curto, médio e longo prazo. Leia o artigo até o final e baixe o ebook para ter acesso a conteúdos extras feitos para sua operação!

A Sazonalidade forrageira – a montanha-russa do pecuarista.  

A sazonalidade climática é um dos principais fatores que limitam a produtividade de animais em pastejo. Isso porque, em grande parte do Brasil, o clima é caracterizado por duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco. Nesse sentido, podemos observar três condições distintas ao longo do ano: o período das águas que é caracterizado por alta produtividade e qualidade nutritiva do pasto, o período da seca por baixa produtividade e qualidade e, entre eles, o período de transição. Essa variação nutritiva do pasto resulta em períodos de deficiência nutricional, limitando assim as respostas produtivas e reprodutivas do rebanho (Figura 1).

Figura 1. Variação na qualidade do pasto em função das condições climáticas.

Esteja preparado para cada trajeto da montanha-russa!

Uma alternativa para evitar esse problema seria o uso da suplementação concentrada, que tem como objetivo de fechar as lacunas deixadas pela variação nutritiva do pasto ao longo do ano, atendendo assim as exigências para cada categoria e objetivo dentro do rebanho. 

O primeiro passo para suplementar os animais é conhecer os tipos de suplementos existentes no mercado e as normas que os classificam. O ministério da agricultura, pecuária e abastecimento a partir da instrução normativa Nº 12, regulamentou e fixou os parâmetros das características mínimas dos suplementos destinados a bovinos como pode ser observado na figura 2.

Figura 2. Características mínimas dos suplementos destinados a bovinos (MAPA).

Portanto, considerando os tipos de suplementos para bovinos temos quatro classificações: mineral, mineral com ureia, proteico e proteico energético. O suplemento mineral é fornecido o ano todo, basicamente pelo fato de que as gramíneas tropicais apresentam baixo concentração de minerais em sua composição, principalmente fósforo, sódio e zinco. Já o uso da mistura mineral com ureia é uma forma barata de manter o peso dos animais na seca, desde que, a quantidade respeite o limite recomendado. O seu uso tem como objetivo suprir a deficiência de nitrogênio das bactérias ruminais, favorecendo o seu desenvolvimento e, consequentemente, melhorando assim sua capacidade em degradar a fibra, o que aumenta o consumo de forragem e a ingestão de nutrientes, revertendo assim o quadro de perda de peso para manutenção do peso. 

O ajuste da taxa de lotação pode ser realizado conforme a produção O mineral proteico é um suplemento mineral que contém em sua composição fontes de proteína verdadeira (ex: farelo de soja) e ureia, podendo conter outros ingredientes em menor quantidade como o milho. Esse suplemento tem como objetivo ganhos moderados na faixa dos 150 a 250 g/dia na seca, com consumo variando de 0,1 a 0,2% do peso vivo, respectivamente. Já o mineral proteico energético é um suplemento composto por minerais, ureia, proteína verdadeira (ex: farelo de soja) e energia (ex: milho ou sorgo). O objetivo desse suplemento é obter ganhos mais expressivos que variam em função da quantidade ofertada, podendo ir de 0,3 a 1% do peso vivo com ganhos de 350 a 850 g/dia, respectivamente na seca. Outro suplemento bastante utilizado é o mineral energético que possui alta concentração de energia (>70% de NDT) e menor teor de proteína (15% de PB) em comparação aos demais suplementos, sendo bastante utilizado em dietas de terminação e com níveis mais elevados de inclusão ≥ 1% do peso vivo (Figura 3).

Figura 3. Desempenho animal em função dos níveis de suplementação.

Bom, conhecendo agora os tipos de suplementos, suas características e aplicações você deve estar se perguntando, mas por onde eu começo? Para isso trouxemos 7 passos para você ter sucesso na suplementação de animais em pastejo. 

– 7 passos para ter sucesso na suplementação a pasto.

1º Passo: Comece pelo pasto! 

Tenha uma boa oferta de forragem mesmo que seco, pois o pasto é o principal recurso é o objetivo sempre será maximizar o seu uso.  

2º Passo: Tenha objetivos e metas!

Se você não sabe onde quer chegar, provavelmente não vai saber qual suplemento usar. Tenha sempre seus objetivos e metas bem definidos, se não tiver procure alguém especializado para te ajudar. 

3º Passo: Conheça as exigências do seu rebanho!

Pode parecer algo difícil de se conseguir, mas como você vai saber se sua estratégia é eficiente sem saber quanto de proteína, energia e minerais é necessário para atender as suas de metas ganho? 

4º Passo: Identifique os fatores limitantes!

Seja minerais, proteína ou energia o importante é saber qual nutriente está limitado o desempenho esperado. 

5º Passo: Saiba escolher! 

Escolha o suplemento que maximize o aproveitamento da forragem disponível! O pasto é o recurso mais barato e deve ser bem aproveitado.

6º Passo: Use o suplemento de forma correta e quantifique a resposta!

Atente-se para disponibilidade de cocho, fornecimento e adaptação, além disso não esqueça de pesar os animais pois só assim vai saber se a estratégia está condizente com a meta de ganho ou se será necessário mudar de suplementou e/ou aumentar o nível de inclusão.

7º Passo: Tenha controle sobre seu fluxo de caixa!

O uso da suplementação requer desembolso que, por falta de planejamento, pode afetar a estratégia de suplementação e trazer prejuízos.

Figura 4. Fluxograma de um sistema com a utilização de recursos suplementares.

– Não entre no vagão errado – Tome decisões corretas!

Os suplementos, além de adicionar nutrientes extras ou suprir aqueles em deficiência, também podem proporcionar aumento da capacidade de suporte do pasto, já que o consumo de pasto, dependendo do nível de suplementação, pode levar a redução do consumo de forragem, abrindo uma oportunidade para aumento da taxa de lotação. Além disso, a suplementação de animais em pastejo tem como objetivo diminuir a idade ao abate e a primeira cria, recuperar a condição corporal e, consequentemente a eficiência reprodutiva das vacas e potencializar o ganho de peso dos animais.

O sucesso na escolha das estratégias de suplementação, além do conhecimento dos suplementos, pastagens e do animal, requer uma avaliação criteriosa sobre seu sistema de produção e suas oportunidades, para que a tomada de decisão seja a mais assertiva possível, garantindo assim sustentabilidade da atividade a curto, médio e longo prazo.

Para isso tenha ferramentas que te ajudam a analisar e criar as melhores estratégias para o uso da suplementação. Nesse caso, você pode contar com BovExo, pois ele possui um sistema com algoritmos precisos, conhecimento zootécnico e indicadores de performance para que você possa identificar e montar as melhores estratégias de dieta para otimizar a produtividade do seu rebanho e, ao mesmo tempo, indicar o cenário de venda para maximizar a sua margem.

Então, o que está esperando para usar tecnologia e precisão para tomar as melhores decisões na escolha das estratégias de suplementação de bovinos a pasto

Preencha o formulário abaixo e tenha acesso ao nosso ebook! Você terá acesso ao artigo completo, com um cálculo para escolha estratégica de suplementação e ajustes de cocho para obter o melhor em produtividade e rentabilidade em sua operação.  

Se tiver dúvidas, entre em contato conosco que podemos te apoiar nessa jornada. Você terá a melhor experiência em sua trajetória para uma pecuária de resultados máximos.

Autor:

Angel Amaral Seixas

Angel Amaral Seixas

Dr. em Zootecnia e Consultor em Forragicultura e Pastagens.

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