Resumo:
A produção de animais em pastejo envolve a interação de sistemas complexos, tais como clima, solo, planta e animal. Na maior parte do Brasil, essa interação resulta em mudanças do ponto de vista quantitativo e qualitativo do pasto, variação inerente às oscilações climáticas que ocorrem ao longo do ano. Logo, é evidente que as pastagens, mesmo que bem manejadas, raramente fornecem uma dieta balanceada, limitando o potencial de ganho dos animais, além de resultar em perdas de peso dependendo da época do ano e da condição da pastagem.
No artigo de hoje, iremos falar sobre as principais estratégias de dieta do gado utilizadas durante o ano, para que assim, o pecuarista tenha boas tomadas de decisão e não saia no prejuízo.
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– O pasto tem impacto no desempenho animal!
O primeiro impacto do pasto sobre o desempenho de animais em pastejo é a baixa concentração de minerais. Os principais elementos minerais essenciais para a atividade metabólica e crescimento dos bovinos são divididos em macros (cálcio, fósforo, sódio, potássio, cloro, magnésio e enxofre) e micro minerais (cobre, ferro, manganês, zinco, cobalto, iodo, molibdênio, selênio e flúor).
No geral, as pastagens apresentam deficiência em fósforo (P), sódio (Na), iodo (I), zinco (Zn), cobre (Cu) e o cobalto (Co). Algumas regiões do Brasil, em condições especificas, as gramíneas podem apresentar deficiência de outros minerais.
– Suplementação do gado de corte é necessária para evitar prejuízos!
No entanto, a manifestação dos sintomas em animais com deficiência mineral é de difícil identificação, já que a maioria dos sintomas é subclínico, resultando em prejuízos no crescimento, nos índices reprodutivos e no surgimento de enfermidades no rebanho. Além disso, as exigências de minerais por bovinos em pastejo pode variar conforme o seu estado fisiológico (Tabela 1). Assim sendo, a suplementação mineral deve ser utilizada ao longo de todo o ano, considerando cada categoria, estado fisiológico e metas de produção.
– Qualidade do pasto sobre o desempenho animal!
O segundo impacto da qualidade do pasto sobre o desempenho animal é o teor de proteína bruta (PB). De modo geral, a gramínea de clima tropical não adubada apresenta teor de proteína bruta entre 90 a 100 g/kg de MS nas águas. Nesse caso, há um potencial de ganho adicional de cerca de 200 a 300 g/animal/dia nas águas com o uso da suplementação proteica. Em pastos adubados nas águas, o teor de proteína encontra-se acima de 120 g/kg de MS, limitando o ganho adicional com a suplementação proteica. Nesse contexto, a suplementação energética pode ser uma boa alternativa, melhorando o balanceamento de nutrientes no rúmen e promovendo ganhos adicionais.
Diferente das águas, a transição águas-seca é caracterizada pela redução das chuvas, temperatura e luminosidade, reduzindo assim a taxa de crescimento do capim. Além disso, essas oscilações resultam em queda do teor de proteína que oscila entre 80 a 90 g/kg de MS. Nessa condição, o uso da suplementação proteica é uma boa alternativa para melhorar a digestibilidade do capim, favorecendo o consumo e o desempenho.
Já o período de transição seca-águas é marcado pelo retorno das condições climáticas favoráveis para o crescimento do capim, surgindo assim os brotos formados por folhas novas com baixo teor de fibra, alta digestibilidade e elevado concentração de proteínas solúveis, o que acaba mudando drasticamente a dieta do animal que vinha consumindo pasto seco de baixa digestibilidade. Em vista disso, durante o período que perdurar essa condição, deve-se recorrer ao uso de ionóforos (monensina), reduzir o do teor de ureia e aumentar a concentração de amido da dieta, evitando impactos negativos sobre o desempenho.
– Uso de suplementos permite atender as metas de produção na pecuária de corte!
Na seca, os pastos encontram-se com teor de proteína bruta abaixo do mínimo necessário para manutenção do crescimento microbiano (80 g/kg de MS), prejudicando a capacidade de degradação da fibra. Nessa situação, a utilização de suplemento ureado ou proteico é essencial para aumentar o teor de proteína da dieta, maximizando assim a produção de compostos microbianos, a degradação da fibra, a taxa de passagem e, consequentemente, o consumo. Além disso, o uso de suplementos que a associem fontes proteicas e energéticas (proteico energético), permitem atender as exigências das metas de produção (Figura 1).
– Suplementação é essencial ao pecuarista!
Contudo, o ganho adicional das estratégias de suplementação está condicionado à oferta e qualidade do pasto, composição e consumo de suplemento e a época do ano. Portanto, a escolha da composição e do nível de consumo do suplemento deve estar condicionada às características do seu pasto, priorizando atender as demandas dos microrganismos ruminais e, posteriormente, as metas de desempenho.
A suplementação de animais em pastejo é uma ferramenta essencial ao pecuarista, pois visa evitar a perda de peso no período de seca, aumentar a capacidade de suporte do pasto, recuperar o escore corporal das vacas e reduzir a idade ao abate e a primeira cria. Todavia, a suplementação é uma tecnologia que requer um alto investimento por parte do pecuarista. Desta forma, a sua adoção deve ser acompanhada de um bom planejamento, considerando o fluxo de caixa, estrutura, logística, operacional e a viabilidade econômica.
– Pecuarista faça parte da pecuária 10x mais lucrativa!
Para o sucesso na implantação de qualquer uma das tecnologias de suplementação, o pecuarista deve ter planejamento, análise de oportunidades e gestão de performance, além de tomadas de decisões certeiras no menor tempo possível, o que depende da análise de muitas variáveis em sua operação. Diante desse fato, não perca tempo realizando essas análises de forma manual, adote tecnologias que possam conectar diferentes informações, comparar cenários e chegar na melhor estratégia de suplementação para seu rebanho.
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