Resumo
A pecuária de corte brasileira tem focado seus esforços na busca de estratégias que possam torná-la cada vez mais sustentável e rentável, através de tecnologias que possam melhorar a qualidade das pastagens, principal insumo nutricional da pecuária de corte brasileira a pasto. Neste sistema é possível aumentar a lucratividade e produtividade do rebanho, quando é feito uma boa gestão e planejamento, uma vez que um pasto bem manejado e suplementação de alta qualidade, é suficiente na conversão alimentar dos animais, além de ser sustentável.
No artigo desta semana, nós mostraremos que, com uma gestão eficiente, é possível conseguir ótimos resultados na produção, colaborar com a sustentabilidade e multiplicar seus lucros.
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– Adotar ou não tecnologias de insumos?
Ao pensarmos em uma mudança no processo produtivo, principalmente aquela que traga, em seu escopo, a adoção de tecnologias de custo significativamente maior, é natural pensarmos que tal mudança não faça sentido, pelo menos do ponto de vista do resultado econômico. No caso da pecuária, um pasto minimamente tratado, como é o caso de mais de 40% das pastagens nacionais (EMBRAPA), fornece um quilograma de matéria-seca ao custo de R$ 0,10/kg MS. Já uma ração pode custar até 10x mais e um suplemento industrializado custaria, em média, 30x mais.
Do nascimento ao abate, em 36 meses, o pecuarista abaterá um animal com 460 kg de peso vivo (ABIEC 2021). Se o pecuarista decidisse suplementar a dieta deste animal, fornecendo-lhe 425g/dia/cab de um suplemento industrializado, ao custo de R$ 3,75/kg, durante 5 meses (transição/seca/transição), acumularia um custo adicional de R$ 240,00/cab/ano. De pronto, o pecuarista, que já vinha obtendo margens mínimas, quando não prejuízo, deve estar se perguntando como essa conta fecha.
– Contra dados não há argumentos!
Entretanto, aquele “natural pensarmos”, resulta de um processo de análise não matemática do problema. E, como sempre digo, “em algum momento a matemática vai te derrotar”. O custo médio de uma operação pecuária é de R$ 2,40/cabeça/mês, não incluindo custo da dieta (Inttegra 2020-2021). Considerando uma recria/engorda que parta de um bezerro de 200 kg PV, a ser abatido aos 460 kg de PV, com um pasto minimamente adubado e sem suplementação, esse pecuarista teve um GMD médio de 310g/cabeça/dia, resultando num ciclo de 841 dias de operação e um custo operacional (não incluindo dieta) de R$ 2.019,00/cabeça. O custo do pasto consumido seria de R$ 760,00/cabeça.
Já o pecuarista que decidiu adubar o pasto e suplementar a dieta, engordou os animais a um GMD de 673g/dia, fechou o ciclo em apenas 386 dias, com um custo operacional de R$ 926,40/cabeça. Uma agregação de valor de R$ 1.092,00/cabeça. O custo da dieta, já incluindo o custo da suplementação, seria de R$ 531, uma agregação de valor de R$ 230,00/cabeça. O resultado é uma margem líquida adicional de R$ 1.322,00/cabeça.
Tocando apenas duas alavancas de valor (dieta suplementada e pasto adubado), este pecuarista saiu de R$ 250/ha/ano (50% dos pecuaristas, Inttegra 2020-2021) para R$ 1.488,00/ha/ano. Interessante: uma correta adubação do pasto segue a mesma linha, aumentando o gasto (com fertilização), mas, como você pode ver na planilha que disponibilizamos, produzindo matéria-seca ao mesmo custo, reduzindo tempo de ciclo via maior GMD e aumento significativamente o resultado econômico.
– Onde entra a sustentabilidade?
Bom, você já entendeu a parte da maior rentabilidade, mas, se você se lembra do título do artigo, deve estar se perguntando onde entra a tal da “sustentabilidade”. O pasto mais rico em nutrientes (adubado) e a suplementação (efeito substitutivo) resultam em um ciclo significativamente menor e em uma emissão de CO2eq/kg de carcaça de, em média, 50% menor (ESALQ, Raphael Barros). Adicionalmente, a suplementação pode ser acompanhada de aditivos que, entre outras funções, também contribuem positivamente para a redução da pegada carbônica (ex., redução da emissão de metano).
– Tomadas de decisões para obter Lucratividade!
Uma carne mais sustentável e uma carcaça de melhor qualidade são duas importantes alavancas de valor que a maior parte da pecuária nacional ainda não explora, nem do lado do produtor nem do lado do frigorífico. Mas, no mínimo, você, pecuarista, pode ainda multiplicar seu lucro várias vezes. Quer saber como? Com as funcionalidades da BovExo, você terá tomadas de decisões mais assertivas na sua produção e consequentemente terá lucratividade, pois conectamos diferentes tecnologias (Balanças, bolsa de valores,suplementação animal, sistemas de administração de pecuária, SISBOV, etc.) Através dos nossos algoritmos, para que possa analisar todas as variáveis da sua propriedade e ter máxima rentabilidade e sustentabilidade na atividade.
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